E se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve…

Sou uma mulher de sorte.

Tenho amigos raros e de longa data. Verdade, não nos falamos com a frequência que gostaríamos mas no entanto, apesar dos anos e os cabelos brancos (para quem ainda os têm…rs) o tempo parece ser um mero telespectador quando o assunto é revê-los, recuperar o tempo perdido, passar horas numa boa conversa ou emprestar os ouvidos para aquela lamúria.

Nem sempre o que se ouve hoje se aplica amanhã como gostaríamos, muitas vezes as ações necessárias precisam de tempo para serem maturadas nas ideias e somente então, posteriormente tomarem as formas adequadas ou alcançar o tempo propício para a sua realização.
Foi o insight que me ocorreu certa vez durante uma reunião de negócios que semanalmente tenho participado com o grupo de colaboradores da empresa a qual tornei-me assessora.

Uma luz nítida, uma imagem passou num flash em minha cabeça e lembrei-me do que me disse minha amiga de infância Suzana há 4 anos atrás num encontro marcado num shopping depois de décadas sem nos vermos, quando, entre um assunto e outro, enquanto falávamos da vida, dos filhos, da infância, da profissão, eu disse a ela que estava em busca de um marido. (Hahaha, altas revelações aqui hoje!)

PS. Não conte a ninguém que eu te disse isso, está bem? 🙂

E veja que coisa.

Passados mais de quatro anos, quase cinco e como numa imensa gaveta empoeirada vejo esse arquivo pular-me diante aos olhos do cérebro.
Por que lembrei desse episódio numa reunião que aparentemente nada tinha a ver com este assunto? Explico…

Trabalhei nesta empresa que citei acima poucos meses e, entre méritos e deméritos procuro sempre me lembrar do que pude absorver como boa experiência com a minha boss na época, uma senhora de 77 anos que nesta referida reunião relatava que aos 53 anos fez o seu Dream Board, ou como alguns chamam de Vision Board onde ali detalhou tudo o que gostaria de obter e fazer nos anos seguintes e diga-se de passagem, quase todos foram conquistados.

Fui pega de surpresa quando, ela olhando-me firme nos olhos me fez a seguinte pergunta:

Eu tenho agora o poder de te dar 3 coisas, o que você me pediria?

Ui! Adivinha o que respondi? Ou melhor dizendo, pare você agora e responda, o que você pediria para o gênio da lâmpada?

Bem, em meu caso, seguindo quase a mesma linha das três pessoas que haviam respondido antes de mim, eu disse sem titubear:

Dinheiro, Saúde e claro, um Marido.

E foi então que, quase na expectativa de uma criança recebendo balas, recebi a seguinte resposta:

Tome aqui um iene, isto também é dinheiro, tome aqui esse suplemento, isto é saúde e quanto ao marido, olha, tem esse senhor aí do seu lado, ele é solteiro e também é uma ótima pessoa e com certeza te será um bom marido!

Hahahahaha…morri! E nem foi de sunga branca! rs

Foi aí que então me veio na memória as palavras da Suzana quando me falava sobre o seu atual marido e como ele atendia todos os requisitos pelos quais ela havia pedido numa carta escrita há algum tempo atrás com os mínimos detalhes.

E bam!

_Puxa Sandra, entendeu agora? Quase conseguia ouvir a voz da Suzana.

_Sim, Su! Agora sim caiu a ficha, caiu e quase rachando a minha cabeça!

É isso, nossas palavras são como códigos que decodificam aquilo que pedimos ao Universo, aos céus. Elas precisam ser detalhadas, dando as pistas necessárias para que a entrega seja sem equívocos e atenda perfeitamente ao meu desejo.

Se quero dinheiro, quanto quero? Para quê? O que farei quando receber um milhão de ienes, dez, cem ou 20 vezes mais que isso? O que quero comprar com isso? O que quero pagar com isso? Onde quero estar quando finalmente o montante desejado estiver de fato em minhas mãos?

Se quero saúde preciso antes detalhar, o que seria saúde para mim? 20, 30 quilos a menos? Uma pele mais jovem, mais saudável, cabelos brilhantes, unhas impecáveis, pele sedosa ou somente um coração funcionando de acordo? O que é saúde para mim e qual a mensagem que preciso codificar ao Universo para que ele entenda o que realmente quero?

E quanto ao marido? Alto, baixo, gordo, magro? Pobre, rico, gentil, ogro, com muita líbido, pouca líbido? Puxa, que coisa…conseguimos fazer isso num Drive Thru e nos esquecemos de fazer isso quando o assunto é pedir o que queremos sem nos contentar com o que possa vir?

Foi então que finalmente me dei conta de que estava proferindo há tempos essa frase de Alice no País das Maravilhas…

Quando você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve!

Mas que neste exato momento estava esquecendo-me completamente que isso precisa ser aplicado nas outras áreas da minha vida, senão, tudo o que eu pedir ao Drive Thru serão as escolhas de alguém por mim e que como se vê poderão não ser as mesmas que eu tenho em mente.

_Ok, Su, finalmente entendi. Demorou mas entendi.

E quanto ao marido?

Well, finalmente começando a lista em 3, 2, 1…rs

SeeU!

PS: Eu consegui e ele é lindo por dentro e por fora!

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Sobre a autora

Sandra M. Chammem

Sandra é Pedagoga, ou melhor, Empreendegoga,​ Creator & Founder dos Projetos Sociais UniExcellence Japan​, UEH Project​, UETV​. Foi Educadora em Humanidades por 10 anos no Japão, passando por diversas Escolas Brasileiras no Japão, além de NPOS, Associações e Instituições Governamentais. Atualmente vive em Osaka onde dirige uma empresa familiar, a Chammem Group, voltada à Construção Civil e é a atual coordenadora do FORON EdMund​.